007 a Serviço Secreto de Sua Majestade

Esse é um dos meus preferidos, está no top 10, dentre os melhores filmes. O livro escrito em 1963 por Fleming foi best-seller. Tanto o livro quanto o filme de 1969 são recíprocos; um completando o outro;. Mas infelizmente o público do cinema não foi receptivo à mudança do intérprete do maior agente secreto com licença para matar. Mesmo o filme sendo um dos mais fiéis à literatura de Fleming. Acompanhem comigo essa grandiosa aventura nos Alpes suíços.

Problemas à vista! Os produtores Albert Broccoli e Harry Saltzman, tinham uma batata quente nas mãos: o fracasso de “007- Só Se Vive Duas Vezes” (1967) e a desistência de Sean Connery em retornar para mais um longa. O fato gerou uma caçada por um novo intérprete de James Bond. Roger Moore foi sondado, mas estava com contrato para a série “The Saint” (“O Santo”). Foram meses de procura, até que um outdoor da marca de chocolates Fry definiu o novo Bond: George Lazenby, australiano, ex vendedor de carros usados, fazia bicos de modelo em anúncios publicitários e foi chamado para realizar um teste junto a Diana Righ, atriz escolhida como Bond-girl, que convenceu os produtores pela escolha do colega.

Mudanças ocorreram também na escolha de um novo diretor; Peter Hunt, montador de todos os cinco filmes anteriores assumiu a direção nas ausências dos bem sucedidos Terence Young (“Dr.No”, “From Russia With Love”, “Thunderball”) e Guy Hamilton (“Goldfinger”).

O ator grego Teles Savalas, da famosa série “Kojak” foi escolhido para ser o vilão Blofeld, substituindo Donald Pleasence, que foi magistral. Feita a definição dos atores, a dificuldade agora era na escolha das locações; preferindo mais externas , a equipe viaja para a Suíça.

Peter Hunt preferiu seguir a risca o maravilhoso livro de Ian Flemming que, desta vez, nos apresenta com maior profundidade a personalidade do agente, que acaba se confundindo com a vida de seu criador Fleming, colocando nomes de sua vida real nos personagens.

James Bond continua sua busca pelo líder da Spectre, após a destruição de sua base e planos no Japão. Ao passar pela costa portuguesa, o espião salva uma jovem de cometer suicídio. Esta jovem é a condessa Tereza de Vicenzo “Tracy”(Diana Righ). Ao tentar salvá-la, Bond é atacado por capangas e levado a Marc Ange Draco, um mafioso italiano nos negócios de construção. Draco para surpresa de Bond, é o pai de Tracy e conta que Tereza está infeliz e oferece a Bond um milhão de libras de dote, para que este possa namorar e se casar com Tracy. O protagonista recusa de início, mas obsecado pela busca a seu algoz e impedido pelo MI-6 de continuar sua jornada, aproveita que Draco é muito influente no submundo, aceita a proposta de na condição do inimigo descobrir o paradeiro de Ernst Stavro Blofeld.

Bond e Tracy passam bons momentos juntos o amor surge e Bond a pede em casamento. O agente frio e calculista que usa as mulheres como alvo resolve se casar e conhecemos assim de fato mais da personalidade do personagem como em nenhum outro livro ou filme.

Passados meses, Draco repassa a Bond informações de um certo advogado, que tem informações de um certo ”Conde de Bleuchamp”. Ao investigar o fato, descobre que na verdade é seu maior inimigo: B (Teles Savalas), quem reivindica o título de conde e pede que o famoso instituto de genealogia de Londres, o College of Arms, lhe outorgue o tal titulo. 007 então disfarçado de Sir Hilary Bray, famoso genealogista viaja aos Alpes suíços, descobrindo o nefasto plano do vilão: Blofeld, faz lavagem cerebral em suas pacientes chamadas de “anjos da morte” e, através delas, quer espalhar no Mundo o vírus Omega, que poderá desestabilizar a economia agrícola do planeta. Não demora muito para que o disfarce de Bond seja descoberto. E a ação continua…

O filme é um dos melhores da série , mas infelizmente não agradou o público. Tomado pelo efeito Sean Connery, que causou a chamada Bondmania, um agente cínico, bruto e sem sentimentos com as mulheres virar um ser humano sentimental, compreensivo e disposto até a casar, seria algo impensável, porém tudo isto está no livro de Flemming. A verdade é que culminou no fracasso a escolha de George Lazenby, que não era ator, tinha um forte sotaque australiano, jeito de andar cambaleante e um gênio fortíssimo – pra se ter uma ideia de como as coisas estavam complicadas; Lazenby brigava quase que diariamente com os produtores, diretor, etc. A atriz Diane Righ, que também foi alvo de sua arrogância, uma das vezes afirmou que ele era mais Bond que o próprio Sean Connery e hoje na velhice ele se arrepende demais pela burrada, pois tinha contrato para mais três filmes e foi demitido, chegou a recusar presença na pré-estreia do filme em provocação aos produtores.

Na época a crítica massacrou o longa afirmando que a série havia acabado e que não existias carisma nenhum em Lazenby. A verdade é que ele não foi tão mal assim. Um Bond sentimental não agradou aos fãs e o resultado foi uma bilheteria bem inferior a “Só se vive duas vezes” (1967), mesmo sendo um dos melhores filmes da série.

„Meu nome é Bond, James Bond.“

Lazenby foi o primeiro ator a realmente dizer essa frase, nos filmes anteriores Sean Connery apenas disse "Bond, James Bond".

Curiosidades:

Ian Fleming escreveu “On her majest secret service” em 1963 na Jamaica , no ano em que o primeiro filme de 007 , “Dr.No” estava em plena filmagem alguns metros perto de sua casa.

Hillary Blay, personagem do filme como do livro, era o nome de um colega de Ian Fleming, quando estudou no colégio Eton na Inglaterra.

Piz Glória, locação que serviu de base para o laboratório de Blofeld, se tornou atração turística por causa do filme, virou um restaurante e uma estação de esqui.

O brasão da família Bond tem os dizeres “O mundo não é o bastante”, em 1999 tornou-se titulo da 19ª aventura do agente estrelado por Pierce Brosnan.

Foi o primeiro filme a conter frenéticas perseguições de esqui.

A música “We have all the time in the world” composta por John Barry foi interpretada por Louis Armstrong, sendo sua última canção de toda sua carreira.

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